Mesmo com queda de produção, usinas devem se beneficiar do preço mais alto do açúcar

Análise da XP avalia que etanol pode subir em função da conjuntura geopolítica, que pressiona o petróleo para cima

A próxima safra do setor sucroalcooleiro deverá registrar uma redução de produção, de 654 milhões de toneladas de moagem de cana-de-açúcar atingidas da safra anterior para 588 milhões de toneladas, segundo Mayara Rodrigues, analista da XP, que participou nesta sexta-feira (18) do programa Morning call da XP.

“Espera-se uma próxima safra um pouco menor, em termos de volume por questões climáticas, com efeito La Niña no Brasil. Além disso, a qualidade medida pela ATR (açúcar total recuperável) deve diminuir também”, explicou ela.

Queda está dentro da média

O Brasil é o maior produtor de açúcar do mundo. “Apesar das notícias apontarem queda de 10% da moagem nessa safra, vale comparar o histórico”, ressalta. Segundo a analista, a moagem de cana-de-açúcar prevista para a próxima safra está dentro da média.

“Então, não é algo muito fora do que as usinas costumam lidar em termos de volume de margem operacional. Fora isso, a gente teve a normalização dos preços dos insumos agrícola – isso ajuda na parte de redução de custos das companhias. Então, é algo positivo também para esse setor”, afirmou.

A XP relata que atual dinâmica global favorece a manutenção dos preços do açúcar em patamar acima da média histórica.

Além disso, em uma perspectiva futura, parte dos consumidores pode migrar para o etanol à medida que a conjuntura geopolítica global pressione os preços do petróleo para cima, o que elevaria os combustíveis no Brasil a um reajuste num prazo não muito longo.

Para Mayara Rodrigues, esse conjunto de fatores deve mitigar o menor volume de moagem de cana-de-açúcar previsto para a próxima safra, favorecendo o setor sucroalcooleiro.

Fonte: Infomoney