O “ouro azul”. Embora o nome possa nos levar a pensar em joias, na verdade é uma referência ao enorme valor, tanto econômico quanto prático, de um metal conhecido há anos na tecnologia: o cobalto. Ele é essencial para a produção de muitos dos dispositivos eletrônicos que utilizamos diariamente. E isso, claro, o torna um recurso cobiçado na indústria. O Chile sabe disso e já olha para os seus depósitos com especial interesse.
O que é essa coisa de “ouro azul”?
Um apelido com o qual o cobalto geralmente é designado. Ele não é o único chamado assim, mas é bastante apropriado por conta de sua tonalidade e pelo seu valor para a indústria. O cobalto é um metal ferromagnético, dotado de propriedades magnéticas semelhantes às do ferro e resistente ao desgaste e à corrosão mesmo sob temperaturas elevadas.
Mas ele possui ainda mais virtudes. Normalmente associado à extracão de cobre e níquel, suporta tensões semelhantes às do ferro e oferece um leque de aplicações que vão desde o setor da saúde até o setor tecnológico com participação na fabricação de baterias. O que lhe confere especial relevância em plena transição para mobilidade elétrica.
Cobalto: produtores e mercado
As tabelas do Statista mostram claramente da República Democrática do Congo no mapa global da mineração do “ouro azul”: a sua produção estimada em minas de cobalto em 2022 ascendeu a 130 mil toneladas, bem acima da segunda, terceira e quarta nações da lista, posições ocupada pela Indonésia (10.000), Rússia (8.900) e Austrália (5.900). O Congo foi responsável por mais de dois terços da produção global. Há estimativas que elevam a sua produção em 2022 para 145 mil toneladas.
O Statista estima que em 2021 o mercado de cobalto atingiu um valor global de US$ 8,5 bilhões e antecipou um crescimento notável ao longo da década, um aumento que lhe permitiria passar de 10,8 bilhões em 2023 para quase 24,9 bilhões em 2030. Nem todas as projeções coincidem. A da Strait Research, por exemplo, é substancialmente inferior (19,47 bilhões de dólares em 2030), mas também prevê um crescimento considerável na dimensão do mercado global a médio prazo: 123% entre 2021 e 2030.
E qual é o papel do Chile?
O Chile está ciente do potencial da sua mineração de cobalto há anos. Em 2018, a Corporação de Promoção da Produção (Corfo) e o Serviço Nacional de Geologia e Minas (Sernageomin) encomendaram um estudo para avaliar os recursos disponíveis no norte e centro do país e nesse mesmo ano já era apontado o seu considerável potencial econômico mesmo nos cenários mais pessimistas. Este interesse não diminuiu e um projeto da Universidade Andrés Bello (UNAB) e da Universidade do Chile visa tornar o Chile o segundo maior produtor mundial de “ouro azul”.
Apenas extraindo o cobalto que está nos rejeitos, o Chile poderia desbancar a Indonésia, tornando-se o segundo maior produtor do mundo”,
O “ouro azul”. Embora o nome possa nos levar a pensar em joias, na verdade é uma referência ao enorme valor, tanto econômico quanto prático, de um metal conhecido há anos na tecnologia: o cobalto. Ele é essencial para a produção de muitos dos dispositivos eletrônicos que utilizamos diariamente. E isso, claro, o torna um recurso cobiçado na indústria. O Chile sabe disso e já olha para os seus depósitos com especial interesse.
O que é essa coisa de “ouro azul”?
Um apelido com o qual o cobalto geralmente é designado. Ele não é o único chamado assim, mas é bastante apropriado por conta de sua tonalidade e pelo seu valor para a indústria. O cobalto é um metal ferromagnético, dotado de propriedades magnéticas semelhantes às do ferro e resistente ao desgaste e à corrosão mesmo sob temperaturas elevadas.
Mas ele possui ainda mais virtudes. Normalmente associado à extracão de cobre e níquel, suporta tensões semelhantes às do ferro e oferece um leque de aplicações que vão desde o setor da saúde até o setor tecnológico com participação na fabricação de baterias. O que lhe confere especial relevância em plena transição para mobilidade elétrica.
Cobalto: produtores e mercado
As tabelas do Statista mostram claramente da República Democrática do Congo no mapa global da mineração do “ouro azul”: a sua produção estimada em minas de cobalto em 2022 ascendeu a 130 mil toneladas, bem acima da segunda, terceira e quarta nações da lista, posições ocupada pela Indonésia (10.000), Rússia (8.900) e Austrália (5.900). O Congo foi responsável por mais de dois terços da produção global. Há estimativas que elevam a sua produção em 2022 para 145 mil toneladas.
O Statista estima que em 2021 o mercado de cobalto atingiu um valor global de US$ 8,5 bilhões e antecipou um crescimento notável ao longo da década, um aumento que lhe permitiria passar de 10,8 bilhões em 2023 para quase 24,9 bilhões em 2030. Nem todas as projeções coincidem. A da Strait Research, por exemplo, é substancialmente inferior (19,47 bilhões de dólares em 2030), mas também prevê um crescimento considerável na dimensão do mercado global a médio prazo: 123% entre 2021 e 2030.
E qual é o papel do Chile?
O Chile está ciente do potencial da sua mineração de cobalto há anos. Em 2018, a Corporação de Promoção da Produção (Corfo) e o Serviço Nacional de Geologia e Minas (Sernageomin) encomendaram um estudo para avaliar os recursos disponíveis no norte e centro do país e nesse mesmo ano já era apontado o seu considerável potencial econômico mesmo nos cenários mais pessimistas. Este interesse não diminuiu e um projeto da Universidade Andrés Bello (UNAB) e da Universidade do Chile visa tornar o Chile o segundo maior produtor mundial de “ouro azul”.
“Apenas extraindo o cobalto que está nos rejeitos, o Chile poderia desbancar a Indonésia, tornando-se o segundo maior produtor do mundo”, explica Pilar Parada, diretora do Centro de Biotecnologia de Sistemas da UNAB, ao portal América Economía. Seu foco está nas partículas minerais transportadas pela água nas operações de mineração e que ainda podem ser aproveitadas. Graças a esses rejeitos, o Chile estima ter potencial para produzir cerca de 15 mil toneladas de cobalto por ano. Se fosse acrescentada também a exploração primária, diretamente a partir de jazidas de cobre e cobalto, poderia subir para 25 mil toneladas.
A Agência Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Chile (ANID) decidiu conceder à UNAB e à Universidade do Chile um projeto científico para produzir cerca de 15 mil toneladas de cobalto por ano. A proposta passa pela utilização da biotecnologia para reprocessar rejeitos mineiros e recuperar cobalto descartado, o que, sublinham, permitiria obtê-lo de “forma mais limpa, com menor impacto ambiental e menores custos de produção”. Os promotores asseguram que o risco ambiental que estas áreas representam também poderia ser reduzido: hoje 86% estão abandonadas ou inativas.
Do ouro azul ao ouro verde?
“Avançar no caminho para um ‘cobalto verde’ representa não apenas uma oportunidade econômica, mas um passo em direção a um futuro mais limpo e socialmente responsável, onde a prosperidade se funde com a proteção ambiental”, afirma Pilar Parada, diretora do projeto, ao jornal chileno La Tercera. A pesquisadora garante que durante o processo são utilizadas bactérias para remover a pirita, mineral que se oxida em contato com a chuva ou o ar e contamina lençóis freáticos e lavouras. Hoje estima-se que existam 764 depósitos de rejeitos no Chile. Os mais promissores, em Atacama e Coquimbo.
Fonte:IGN.com