De uns meses para cá, o ministro Alexandre de Moraes tornou-se o ministro mais importante do STF (Supremo Tribunal Federal). Esse papel cabe historicamente ao presidente da Corte, que costuma ser o porta-voz do Judiciário. Diante da crise entre o Supremo e o Palácio do Planalto inaugurada por Jair Bolsonaro, Moraes tomou a dianteira. Têm sido dele as decisões mas enérgicas tomadas, especialmente no último ano, para frear os impulsos antidemocráticos encabeçados por extremistas simpatizantes de Bolsonaro. Já em 2019, Dias Toffoli, que presidia o STF, deu a Moraes a relatoria do chamado inquérito das fake news. Na esteira deles, vieram outros inquéritos que nada mais são que variações sobre o mesmo tema. O poder de Moraes ficou ainda mais concentrado a partir de agosto do ano passado, quando assumiu a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com a missão de garantir a realização das eleições e combater as tentativas bolsonaristas de deslegitimar o sistema eleitoral. No combate aos atos do dia 8 de janeiro, o ministro reassumiu o protagonismo. Mandou prender Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro, e afastou o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha do cargo. Moraes adotou um novo estilo. Embora seja o autor de medidas duras, ele não costuma consultar os colegas previamente, como seria a praxe .
Da Redação