Sob pressão de governos, novo dono do PornHub tenta passar tarefa de verificar idade de usuários para empresas donas dos navegadores

Estados dos EUA e o governo da França aprovaram leis para restringir o acesso aos sites de pornografia.

Os sites de pornografia Pornhub e YouPorn foram comprados há cerca de três meses por um fundo de investimentos do Canadá, o Ethical Capital Partners (ECP), e, logo no começo da nova gestão, os donos enfrentam problemas legais e projetos de lei que restringem o acesso à pornografia nos Estados Unidos e na França.

  • Em maio, os sites da empresa saíram do ar no estado de Utah, nos Estados Unidos, depois de receberem a ordem de verificar a idade dos usuários.
  • A empresa também enfrenta problemas legais no estado da Louisiana.
  • Na França, proprietários de sites e reguladores estão em negociações há meses sobre como aplicar, na prática, a verificação de idade obrigatória. Isso está definido em uma lei de 2020. Dois dos sites da MindGeek não implementaram nenhum tipo de verificação e podem ser proibidos no país europeu. A decisão judicial é esperada para 7 de julho.

O ECP, o fundo de investimentos, na verdade comprou empresa inteira que era dona dos sites de pornografia, a MindGeek.

O fundador do ECP, Solomon Friedman, afirmou que os governos deveriam parar de combater os sites de pornografia e, em vez disso, se orgulharem da expressão sexual e ajudarem a normalizar a pornografia, o que a tornaria “chata”, segundo ele.

O empresário faz uma comparação da pornografia com a maconha. Ele diz que no Canadá, a legalização da droga a tornou “chata” –ou seja, sem o apelo de perigo que o consumo de uma droga ilegal tinha, a maconha perdeu parte da atratividade. “Pelo fato de (a pornografia) ser para adultos, será ‘chata’, assim como a cannabis (legalizada) no Canadá se tornou chata”, disse ele.

A responsabilidade de checar a idade dos usuários

“Não queremos nenhum usuário menor de idade em nossos websites”, afirmou ele. Friedman rejeitou a ideia de que a responsabilidade de checar a idade dos usuários deva recair sobre os sites e pediu que os sistemas operacionais encontrem uma solução.

“Apoiamos firmemente as soluções de verificação de idade que consigam duas coisas: proteger as crianças efetivamente e não expor dados pessoais”, afirmou.

“A única solução que alcança ambos esses objetivos é a verificação baseada no dispositivo ou no navegador”, disse. Para ele, isso seria um “passo muito simples para o Google e a Apple”.

Os proprietários passaram dois anos tentando vender a companhia, que tem sede no Canadá, mas tem uma estrutura corporativa em diversos paraísos fiscais pelo mundo.

Agora, os novos donos – entre eles, dois advogados, um ex-policial e um investidor italiano que fez fortuna com a venda legal de cannabis – buscam afastar a empresa das denúncias.